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Querido leitor,

 

Desculpe por receber você aqui com uma carta, não com um textinho padrão que talvez você esperasse ler aqui. Minha história dá um livro e eu preciso contar por quê. 

 

Quando eu nasci, meu destino estava escrito:

 

"Você vai para a prateleira de clássicos. Lá, os livros têm o respeito que merecem."

 

Não podia ter sido diferente pra quem veio de uma família como a minha. Pai neto de russos com mais de oitocentas páginas, mãe descendente de italianos que cresceu com Machado de Assis de um lado e Mario de Andrade do outro. Meu avô veio da Itália sem nenhum fitilho entre as páginas, mas com o orgulho de trazer a Divina Comédia em capa de couro pela primeira vez ao Brasil - aliás, ele jurava em pé que entre nossos antepassados temos um papiro.

 

Eu devia passar no vestibular, de preferência entrar em Gutenberg, receber uma tipologia com serifa, encadernação numerada com capa de tecido e, pronto, futuro garantido.

 

Desculpe se sou tão diferente do que você entende por "livro". 💁‍♂️

 

E sei como essa paixão toda começou. Na minha primeira grande viagem sozinho, para um festival de música: Livrostock. Paz, amor e livros. ✌️😊 Aquelas capas com pantone neon se abrindo durante a noite... Papel colorido na pasta! Verniz à base de água! Todo mundo jogado na lama no dia seguinte. Muitas páginas amassadas - algumas rasgadas também, mas ok, parece que algumas viraram até celebridades.

 

Voltei e, ao invés de entrar nas chapas de Vade Mecum, a contragosto dos meus pais, entrei em Empreendedorismo com Papel. Pagava o aluguel trabalhando de assistente de cozinha no restaurante universitário (saudades da massa com molho de tinta do Brochura) durante o contraturno e ainda ensaiava com a minha banda, a Iron Paper, no domingo.

 

Foi na faculdade que eu conheci a paixão da minha vida, por causa de uma nota de rodapé, mas isso é outra história. Olha, eu abraçaria e beijaria para todos os dias para sempre a Alice mesmo se eu fosse papel e ela fosse tesoura 🥰 (pera aí, sou papel sim 😳). Ok, se eu fosse um balão e ela um cáctus). A gente se graduou quase juntos, namorou e, bom, a gente mora junto e tem um espaço com livros organizados por cores na sala, do lado dos CDs e dos boxes de DVDs das nossas séries preferidas (por incrível que pareça, nunca brigaram).

 

Um dia, vi uma luz se acender entre minhas páginas. Senti um chamado para ajudar outros que não se encaixam nos padrões do sistema, do mundo literário. Fundei essa comunidade aqui, chamada Belas Letras.

 

Obrigado por entrar na nossa comunidade. 😊 Agradeço em meu nome e no de todos os nossos irmãos e irmãs que enchem as prateleiras on-line por aqui, mas também as de livrarias que acreditam na nossa causa.

 

💜💙 Respeita o livro 💜💙